sábado, 22 de outubro de 2011

Artigo de Opinião: SOS Professores

          Após sequência didática sobre o gênero artigo de opinião, alunos do 2º período da disciplina Organização do Trabalho Acadêmico  produzem artigos defendendo um ponto de vista sobre determinadas temáticas, ligadas área de educação. A seguir, apresentam-se 2 textos que tratam da carreira docente. Após a leitura, participe da enquete: A carreira docente está ameaçada?
SOS Professores

  É de se reconhecer que a profissão de professor é importantíssima na formação de uma sociedade, diria até que é essencial. Mas, o que ela tem de brilhante tem também de árdua e, infelizmente, é muito desvalorizada. Algumas evidências me levam a acreditar que a profissão docente está ameaçada.
            São muitos os fatores que vem, atualmente, desmotivando aqueles que dedicam sua vida à atividade de ensinar, fatores esses que também contribuem para que inúmeros jovens que pretendem prestar vestibular queiram passar longe da opção de ser professor, muitos alegando que não querem uma profissão onde se paga pouco e não há reconhecimento. Isso pode ser comprovado pelos dados fornecidos pelo Censo da Educação que apontam que, nos últimos anos, caiu o número de inscritos nos vestibulares que concorrem às vagas de licenciatura. As maiores quedas ocorreram nas áreas de Letras, Geografia, Química e Filosofia. A desmotivação pela carreira docente também pode ser comprovada pelos dados do Inep. Segundo pesquisas realizadas pelo Instituto, os números sugerem que a decisão de ser professor não tem se mostrado atrativa em termos de mercado e condições de trabalho.
            Um dos fatores que pesam de forma muito relevante para o desinteresse em seguir essa carreira é, sem dúvida, o salário pago. Geralmente os professores trilham um caminho duro e esforçado em busca de conhecimento, trabalham mais de 20 horas semanais, levando, muitas vezes, trabalho para fazer em casa, o que compromete seus dias de folga, para no final do mês receberem um salário que, se comparado a salários de jogares de futebol e de deputados, causam revolta. Não dizem que é o professor a base de todas as outras profissões? Parece-me que isso não é reconhecido de fato. Pesquisas também realizadas pelo Inep mostram que, dentre os profissionais que ajudam no desenvolvimento do país, os professores de educação infantil e do ensino fundamental são os que recebem menor salário, seguidos dos professores do ensino médio.
            Outro fator é a falta de recursos que esses profissionais encontram. São muitos os professores que, no dia a dia, têm que driblar uma infra-estrutura física precária, a falta de projetos pedagógicos e de materiais necessários para ministrar as aulas e uma péssima gestão escolar. É verdade que esse aspecto é mais encontrado em escolas públicas, mas é também realidade em muitas escolas privadas de menos status.
Há ainda os casos isolados de violência sofrida pelos que atuam na sala de aula. Embora, felizmente, não haja dados estatísticos expressivos, uma vez ou outra a mídia divulga casos de extremo desrespeito ao professor, como o mais recente em que uma criança de dez anos atirou em sua professora. São notícias que, no mínimo, devem deixar um profissional da área assustado.
            É claro que existem muitos professores que enxergam os argumentos acima citados apenas como obstáculos, comum em toda profissão, e que realizam seu trabalho com dedicação e responsabilidade, por realmente gostarem do exercício de ministrar aulas. Mas há também muitos que estão empurrando a profissão com a barriga, por não ter condições nem motivações para se dedicar a outra carreira.
            Diante do que foi exposto, fica evidente para mim que a profissão docente está sim ameaçada e quem sabe até corre risco de entrar em extinção. Sendo assim, são necessárias políticas públicas que visem a valorizá-la e a preservá-la, proporcionando aos mestres melhores condições de trabalho, de salário e o reconhecimento da importância de sua função.
                                                                                                                    
Lydia Karla Costa Silva
Graduanda do 2º período do Curso de Letras da UFAL

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